17, Janeiro 2012
Agora que parto, sinto mais do que nunca que devo dizer aquilo que nunca parei para dizer. Se calhar porque só agora percebi o quanto deveria ter dito, feito, sentido...sim, senti acima de tudo, mas acho agora que nunca foi muito consciente de minha parte. Por não ver o fim, por não imaginar sequer que estas coisas têm um fim..enfim..Agora que parto, gostaria de te dizer o que você foi para mim, sem dramatismos, e clichês baratos, que só fazem reduzir tudo isto ao mais fútil sentimento. Quero dizer que contigo aprendi, descobri, explorei, amei, e tudo isso sem me dar conta do que me acontecia. Você foi como uma inesperada e sútil brisa que provocou silenciosamente um terremoto, e ainda estou agora a redescobrir os seus efeitos. Quero te dizer que me fez sentir algo que não se explica, que apenas se sente. Você tem agora sua liberdade. E ainda assim, sei que sou parte de tu...Ainda faço parte de tu. Talvez.
Quero que saibas que ficará sempre, mas sempre na minha memória dos sentidos, medos, ansiedades, cheiros e corpos. E isso tudo faz de você mais um tesouro que guardarei, bem escondido. Sei que as viagens devem ser feitas, mesmo que a saudade se intensifique. Há quem conseguiga lidar com ela, torná-la em algo bonito. E para o que sobra...bom, para o que sobra resta admirá-lo, é um novo mundo, não esperado porém, mas algo a moldar, a experimentar, e quem sabe se não nos fará descobrir novas sensações e mundos, como tu tanto me ajudou a descobrir. Ao que fica, espero por você.
Não vou embora pois tenho esperança que tudo se torne algo bom, diferente, e principalmente ainda nosso. Tudo muda, nada estagna, e o nosso papel é testemunhar e contribuir para que essa mudança seja para melhor. O desconhecido assusta, eu sei mas é uma janela aberta para mais uma jornada.
Um comentário:
você escreve muito bem, moço!
com o coração fora do peito às vezes, sou leitora assídua do seu blog.
beijos de carinho.
ps: que qualquer dor seja breve
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