Sei que estou encerrando um ciclo, mas é que a minha liberdade custou muito do meu sangue, e isso deixa sua marca. E se transborda disposição do meu peito, não é isso que as pessoas enxergam dos meus olhos cansados (e se a intenção é ser fagulha, me importa muito o que se enxerga de mim).
Eu sempre tive dificuldades com o parecer. Acho em geral que as pessoas se distraem tanto pensando em como parecem que se esquecem de tentar descobrir o que efetivamente são, deixam de conhecer e conhecer os outros. Mas hoje percebo que parecer aquilo que se é (ou se pretende ser) pode ser a diferença entre conseguir a lógica não cartesiana necessária ao crescimento (como disse Leminski: “isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além”). Afinal, o que é que podemos dar ao mundo? Aquilo que está simplesmente dentro de nós, ou aquilo que colocamos para fora (consciente ou inconscientemente)? O que é a verdade de nós para os outros senão aquilo que podem enxergar? Talvez ser para si baste a muitos outros. Para mim (e para o que preciso e acredito), tenho de ser ao mundo e para a vida.
Porque o cinza não inspira o vermelho. E é deste que eu preciso.
Um comentário:
gostei, hein!
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