É um problema conseguir acreditar nas pessoas. Há as conveniências, o disfarce, os interesses, os jogos, as dissimulações. Queremos acreditar, mas não podemos. Não conseguimos desarmarmo-nos livremente. Somos impedidos pelo receio de um embuste qualquer. Ou simplesmente de fazer papel de palhaço abrindo a guarda pra quem não se deve. E junto com os tempo de experiência, vem a descrença, o ceticismo diante de palavras gentis que nos soltam.
O maior medo é cair no inferno do amor, que todo mundo sabe que é cego, surdo e manco. E só percebemos isso quando saímos desse estado quase de inércia. Olhamos de longe aquela nossa imagem e não nos reconhecemos. Nem ao ex-objeto de amor. Não sabemos como diabos fomos nos apaixonar por aquela pessoa. Não é cuspir no prato em que comemos, é simplesmente não saber o porquê escolhemos o prato do menu.
Então, procuramos nos defender até mesmo das coisas boas, sem saber. Desconfiados, damos patadas, insistimos nos muros. Eu bem sei disso. E mesmo assim, não consigo evitar. Porque antes uma patada no outro do que em mim mesmo.
6 comentários:
Oh, Wil. Senti um "estado de tristeza" ou certa frustração neste post, ainda assim está muito bem escrito, apesar do tom de descrença, melancolia e desilusão.
Amar é sofrer? ou pior é amar e não ser correspondido?
Abraço!
Na verdade, eu vivo intercalando estado de me convencer de que n dá certo e precisar me despaixonar com o estado de "quero sentir aquilo de novo" :/
Eu chamo isso de arrependimento.
É inevitável.
Em certa fase da vida a gente desiste disso, desacredita do amor.
Torço pra que esse dia não chegue nunca.
Beijos!
É... sei bem como é isso. Confio desconfiando. E não sei se isso é o melhor a ser feito. Algumas pessoas vêem isso como ser frio.
Até que tinha dessa, e continuo a me perguntar o por quê: 'é simplesmente não saber o porquê escolhemos o prato do menu.'mas com menos insistência que antes, e muito mais na crença de que o vendaval pode fazer sentido..
Flores.
Feroz!
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