Inocência.
A gente sempre convive com a certeza inabalável de ter pela frente a vida inteira, longa e interminável. Porém, à medida que vivemos, perdemos um pouco da nossa inocência.Aprendemos a ter medo, a mentir e omitir, a enganar, difamar, iludir – a nós mesmos e aos outros –, a julgar e condenar, a dissimular o que sentimos e, o pior, a não sentir, porque, quanto mais vivemos, mais perdemos o sentido de ser.Perdidos ficamos e mais nos perdemos. E, como tudo fica curiosamente mais difícil, gastamos nosso precioso tempo maquinando facilidades. Na ânsia de desatar o que tomou proporções emaranhadas, simplificamos também o coração e a memória, incapaz, agora, de lembrar o quão inocentes já fomos.Houve um tempo em que parávamos para ouvir, arregalando os olhos, como se eles ajudassem a melhorar a audição. Olhávamos mais para as pessoas. Reparávamos nelas, falávamos mais com elas, usávamos mais a gargalhada, éramos sinceros. Mas que desconsolo! À medida que crescemos, constatamos que a experiência é chata; as escolhas, quase sempre monótonas; e, ao chegarmos à velhice, damo-nos conta de que o destino é uma reta emparedada, ao término da qual há algo que já não importa mais, porque perdemos a importância.Parece que vamos perdendo a cor. A graça da descoberta se vai e, com ela – e com um vento misterioso chamado responsabilidade –, escoa toda a nossa curiosidade. É nesse quando que tudo serve, tudo é igual, todos são coisas, a mesma coisa.Ficamos na mesma, um mesmo imenso. Tornamo-nos nós mesmos, sem saber disso.
9 comentários:
Will (imagina a linguinha aqui! rs)
Esse teu post lembrou-me uma canção, vou colocar um trecho dela aqui procê mô bem:
"Quero ser como criança
Te amar pelo que és
Voltar a inocência
E acreditar em ti
Mas ás vezes sou levado
Pela vontade de crescer
Torno-me independente e deixo de simplesmente crer"
Bjm :*
Will!
Você escreve muito bem, acho que eu já disse isso.. õ.o
Mas tipo, por mais dura e chata que a vida possa ser as vezes, temos que conservar um pouco da criança que fomos dentro de nós. Não perder a alegria, e nem a vontade de conhecer coisas novas. Por mais que eu já tinha vivido novas experiências, tem muita coisa ainda que eu quero fazer. (Ui! Haha não é pra pensar besteira u.u')
Beijos.
Will... que texto lindo... bem escrito... intelectual ^^
adorei.. e agora admiro-te mais! =]
nossaa wil comoo aqui ta lindo vey
gosteiii muitoo cara. sauades de tu meninoo um abraço
Concordo com tudo o que vc disse...
Houve um tempo, em que acho que éramos mais felizes.
Eu acho.
Se o ser humano não maquinasse facilidades não sei o que seria dele.
A simplificação coordena esse mundo complexo.
Têm uma frase assim...
"Vídeo-games não influenciam crianças. Quer dizer, se o pac-man tivesse influenciado a nossa geração, estaríamos todos correndo em salas escuras, mastigando pílulas mágicas e escutando uma repetitiva música eletrônica."
e acho que é bem por aí Wil, tudo é influência...todos somos influênciáveis...desde pequeno, compete a nós à medida que fomos crescendo saber se quer continuar essa marionete ou fazer o que acha/deve da própria vida. A 'inocência' ainda continua, por exemplo, quando encostamos e brincamos com alguma criança, ficamos tão bobos feito elas e queremos naquele momento ali até voltar no tempo.
Acho que isso depende de cada um.
Will
Acho que crescer faz que com mudemos vários habitos porque criamos responsabilidades. Dai o tempo diminui. Nao que isso seja ruim, acho apenas que devemos planejar melhor as horas para podermos aproveitar a vida tbm.
Quanto ao destino, sinceramente acho que o meu nunca é uma reta, tá mais para uma estrada sinusa e repleta de trevos, rotarias e bifurcaçoes. Penso tbm que ele não é asfaltado, por enquanto.
Muito bom te ler.
Beijos (;p)
*risos*
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