Madrugada de espera.
(Willian Lins)
Acordo atordoado, depois de um dia cheio e tumultuado.
E ainda zonzo vou ao banheiro onde encontro com o espelho, olho-me de cara amassada e cabelo em desordem.
Fico ali um bom tempo, conversando com a minha reprodução no espelho.
Vou até a cozinha e preparo um café, e corro em direção ao computador.
Era madrugada e o silencio reinava a pequena sala.
Onde só se ouvia o ruído do vento soprando por entre as árvores
Ouvia-se apenas o tic e o tac do relógio, que não cessava.
Uma madrugada longa e acompanhada de xícaras de café e baladas românticas.
Atingindo os pensamentos ocultos, e os derramando como vomito, palavra por palavra.
Que iam se encaixando numa forma desleal, sem a veracidade do que estava dizendo, do que estava pensando.
A ânsia da espera me deixava frenético, e o ponteiro do relógio nunca havia sido tão brando.
Foi então que resolvi sair ä rua pra caminhar.
Assim sendo vesti-me e saí, sem destino, peregrinando ruas ainda escuras e solitárias, pois ainda não havia amanhecido.
E caminhado continuei até me dar conta de onde estava, num cais, lugar aonde vou freqüentemente, acho que o meu subconsciente me levou ali, sentei-me, procurei a posição mais confortável e me pus a assisti a um inverso do que era acostumado ver, assisti pela primeira vez, um lindo nascer do sol, onde sempre assistia o pôr.
E os pensamentos anteriores davam lugar a uma paz, uma calma.
E vi nascer o sol, com sua luz ofuscante e enérgica.
Após assistir aquele belíssimo espetáculo natural retornei, pelo mesmo caminho que havia ido, as ruas já não eram escuras nem solitárias, ainda mais porque era dia de feira.
Havia trabalhadores, homens, mulheres e crianças, tão cedo e aquelas pessoas já estavam com toda bravura, preparadas pra mais um dia árduo e cansativo, mas que com certeza seria recompensados com a mesa farta.
E eu seguindo meu caminho chego a minha casa, onde logo ao entrar sou tomado por aquele sentimento inquieto, aquela ânsia da espera.
Da espera de ter dias mais saudáveis, conversas longas com cafés intermináveis.
Sento-me em frente à tv e assisto aos noticiários matutinos, noticias que infelizmente habituais.
Mais café, e vez ou outra o pensamento que estava na tv volta a pensar na espera.
Que diabos que acontecerá a partir de hoje, fico a questionar o porque de tamanha expectativa.
E eu ainda espero...
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