sábado, 21 de março de 2009


Arrumação de "gavetas"


Certa vez, num momento de felicidade em minha vida, tinha a esperança de que tudo iria mudar e eu estava radiante porque não fazia idéia no que aquilo iria dar - porque o acaso me amedronta, mas costuma me fascinar muito mais. Pois bem, a limpeza começou ali, na minha cabeça. Terminou nas gavetas, armários e tudo mais de papel que achava pela frente. Coloquei tanta coisa no lixo que julgava ser importante em minha vida. Agendas, cartas, cartões, lembranças, pequenas lembranças do passado recente e não recente . Rasgava com gosto, ouvindo qualquer coisa, cantando sem medo de desafinar. Aquilo já tinha feito parte de minha vida. Mas o futuro era bem mais excitante. Sempre foi. Sempre será. Não sinto falta de nada daquilo. Apenas da segurança de estar fazendo a coisa certa. Do sentimento de bravura que me fazia querer abandonar tudo para algo um tanto incerto na prática, mas totalmente definitivo em minha cabeça, corpo, tudo em quanto. Como não costumo chorar pelo leite derramado, ando tomando coragem e aos poucos estou retornando com a limpeza - mental e material. Pois sim. O que me falta é saber ao certo o que quero. O que pertence ao lixo, o que pertence a mim. Possuo algo? Sei que ME possuo. O resto acaba amarelando, esquecido no fundo de uma gaveta. E quando preciso, não acho, não vem a tempo.

9 comentários:

Fernanda disse...

Eu preciso fazer umas dessas arumações, eu preciso mesmo!


Ai Will, o teu blog que eh lindo! *-*
outro dia venho aqui e te distrincho inteiiiiiiro, te tanto te leer! *-*

Beijos!

Camila disse...

Sabe... tenho dificuldade em me desapegar das coisas.
Do passado então, é muito complicado pra mim. Estela ele na memoria, gavetas ou papeis.
Muito corajoso, você é. Só não esqueça que o passado te levou ao que és no dia presente, tá?!
Mas creio que tu sabe dosar bem isso! ;)

Beijos meus

Ana Paula Borges Pereira disse...

Quase não achei o lugar pra comentar...hehe
Muito bonito o teu texto moço.
Pra mim, a coisa mais importante e a que mais busco é fazer a coisa certa.
E quanto coisa não se perde nas minhas gavetas...

Tatá R. da S. disse...

Estes papéis que guardamos, embalagens de memórias, cartas amorosas nos traz talvez o consolo de ter vivido algo muito bom quando estamos insatisfeitos com nosso presente. E achamos que mantendo aquilo na gaveta (memória material), estaremos levando aqueles momentos sempre conosco.
Mas o que é pra ficar conosco está no nosso rosto, na nossa mente, na nossa real memória interior. Tudo que vivemos a gente traz conosco, por que nos modela, nos molda, sem que percebemos.
Daí só depois que temos coragem pra nos livrar destas memórias e emoções "palpáveis" é que percebemos que elas sempre foram completamente dispensáveis materialmente.
Beijocas Will *-*

«Line» disse...

Faxinar a gaveta real e literal é necessário de tempos em tempos, afinal temos que dar espaço pra novas coisas, amores e aventuras.

Bjnhos mô beeeem (põe a linguinha aqui! rs)

Luciana Brito disse...

Essas faxinas são boas de vez em quando, por que tem coisas, pesinhos que carregamos sem necessidas, por que basta que fique em um cantinho da lembrança que é suficiente.
Já fiz uma dessas.... rasguei papéis com tanto gosto e raiva que foi bom.

Beijos Wiiiiiiiiiilllllllllllll s2

Jaya Magalhães disse...

Sabe, Will, meu passado escrito, eu não rasgo. Não os que são pedaços de mim ainda hoje, entende? É minha maneira de enxergar o alicerce, e entendê-los formando minha essência.

Todavia, vivo muito desse desapego que você sugeriu. E acho de extrema valia faxinar-se, de tempos em tempos. Porque eu gosto disso, de leveza.

Beijos de carinho, Willzin.

Felipe disse...

Te adicionando brother!
abraço

R. disse...

Difícil fazer faxina assim, cara. Nem contratando faxineira :|